O altar catolico, vazio entre os extremos
O altar catolico, vazio entre os extremos A cadeira continua lá. Bonita, de veludo, com entalhes dourados e aquela pompa de quem já viu muita coisa calada. Só que vazia. E não por falta de Papa — Francisco ainda está firme, mesmo com a idade — mas por ausência simbólica. Há um vácuo ali, um silêncio gritante entre os gritos opostos que hoje disputam a alma da Igreja. De um lado, o tradicionalismo que endurece. Cardeais, bispos e fiéis que insistem em proteger uma doutrina como se fosse porcelana, negando qualquer possibilidade de abertura ao mundo real. De outro, os que querem ver a Igreja virar palanque progressista, bandeira arco-íris hasteada no altar, com a fé transformada em slogan. E Francisco? No meio. Tentando traduzir o Evangelho em gestos de acolhimento, tentando dizer que Deus é mais mistério do que manual. Mas não agrada a ninguém. Os conservadores o veem como traidor; os progressistas, como morno. Ele prega o amor, e é atacado por todos os lados. O qu...