Quando eu era menino, a gente morava em um edícula nos fundos da casa de minha avó.



Certa vez, o arroz havia terminado antes do fim do mês e vovó mandou comprar 1 quilo e meio, lá na venda do Seu José e da Dona Tereza.

Além disso, eu gostava de ver aqueles sacões de juta cheios de arroz, outro de feijão, outro de farinha, cujos conteúdos eram vendidos à granel… Eu gostava de afundar a mão, principalmente no sacão de feijão…..

Tive que voltar pra casa só com o dinheiro nas mãos:
– Vó !, o Seu José falou que agora o arroz, só em pacotinho de 1 quilo.

Indignada e ferida em seus brios de caipira de Piracicaba, lembro-me muito bem da vó Maria esbravejando naquele seu delicioso sotaque:
– Onde é que nós vamos parar, arroz empacotado ??!!

Querida noninha, eu queria muito que você estivesse aqui ao meu lado até hoje.
Mas, garanto, vó Maria, que a senhora não iria gostar nadinha de saber que agora eles etiquetam até as bananas.


𝓐𝓵𝓭𝓸 𝓓𝓮𝓵𝓵𝓪 𝓜𝓸𝓷𝓲𝓬𝓪
