Brisa da Tarde

Música Ier Encore  (Charles Aznavour) – Poesia: Aldo Della Monica

Brisa da tarde toca-lhe os seios
para o desejo maiúsculo de simples desejar
doce manjar terreno inesgotável de pleno
a cada encontro

Poupa-lhe o medo ancestral, as paixões

os romances e seus romancistas.

os analistas e suas análises

Rasga-lhe as vestes.
Vista-a com sua nudez mais contundente
Sopra o silêncio das palavras
em seus lábios de sussurros

Brisa que vem quando o sol se vai
Atormenta-lhe as fantasias,
aquelas mais proibidas

Molda-lhe a feição com tesão e capricho
Aguça-lhe as gueixas vividas
e aquelas desejadas

Sopra brisa, sopra

Faça dessa pele um mero objeto
de incrível extensão
só sensação
como se o frio fosse muito frio pra tal nudez

Torna-lhe fluidos os segredos.
Sem meias medidas
sem credos sem medos
Segredos que são

Sopra brisa, deixa a música aflorar das folhas
que deitam no outono das calçadas

Sopra brisa,sopra.
Que é pra ela ser feliz
Lentamente feliz
Aldo Della Monica

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