Lá pelo final dos anos 70, frequentávamos muito o tradicional bairro do Bixiga, em Sampa. Especialmente o Café do Bixiga: Poesia, música, papos de política e muito namoro. Era que que se vivia naquela boêmia pré fim de ditadura. Cerca de 20 anos mais tarde, encontrei-me com um antigo boêmio daquela época que me perguntou:
– Olá, há quanto tempo ! E aí continua um esquerdinha ?!
– Olá, há quanto tempo ! E aí continua um esquerdinha ?!
Delicadamente eu sorri, sem nada responder. Preferi relembrar do Viana, do Borges e do maitre Mendes
Mais outros 20 anos se passaram e, agora eu, aqui do alto dos meus 60’s,resolvo trocar aquele sorriso por uma resposta:
– Amigo, enquanto o pensamento obscuro e egoísta da Direita não for sepultado, não há como deixar de ser “esquerdinha”. Até porque é o “trem da História” que puxa inexoravelmente para a Esquerda…. em direção à verdadeira Emancipação do Homem.
– Amigo, enquanto o pensamento obscuro e egoísta da Direita não for sepultado, não há como deixar de ser “esquerdinha”. Até porque é o “trem da História” que puxa inexoravelmente para a Esquerda…. em direção à verdadeira Emancipação do Homem.
(aldo della monica)